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Nossa história

A fundação da Estância da Poeisa Crioula ocorreu em 29 de junho de 1957, sob a égide de São
Pedro, Padroeiro do Rio Grande, durante a realização do 1º Rodeio de Poetas
Crioulos do Rio Grande do Sul, que reuniu em Porto Alegre expoentes da
cultura do estado, durante os dias 28, 29 e 30 de junho daquele ano, na sede
da Associação Rio-Grandense de Imprensa.
Ela abriga, nos tempos hodiernos, remanescentes daquele período áureo
das nossas letras e as novas expressões de uma literatura que busca
inspiração na paisagem sedutora e bela da gleba meridional, no tipo humano
que lhe empresta inconfundível identidade, nos seus usos e costumes, na sua
cultura e na sua história.
O 1º Rodeio de Poetas Crioulos teve a adesão, mediante
comparecimento ou manifestações expressas, de 88 poetas, considerados
Sócios-Fundadores. Intelectuais consagrados na condição de autores, não
apenas de obras de poesias nativistas, mas como expoentes da cultura sul-riograndense
e em suas respectivas profissões, alguns originários de outros
estados brasileiros e outros vultos representativos da literatura uruguaia.
Nesse encontro, entre debates e teses, foram estudadas as nuanças
distintas que caracterizam a poesia do Rio Grande e por consequente a
produção dos associados da Estância da Poesia Crioula em oito modalidades:
Poesia Gauchesca, Nativista, Regionalista, Tradicionalista, Localista,
Telúrica, Social Pagueana e Pajadoresca.
Essas oito modalidades do gênero poético ensejam aos sócios da EPC
o enriquecimento temático e morfológico da literatura poética do Rio Grande
do Sul, bem como do Brasil e da América, formando a entidade um viveiro de
muitas tendências artísticas e ideológicas e um agente transformador da
fisionomia cultural do estado.
A sessão plenária do dia 30 de junho de 1957, do 1º Congresso de Poetas Crioulos do Rio Grande do Sul, elegeu a primeira diretoria da entidade, que ficou assim constituída:
Presidente de Honra: Manuel Nascimento Vargas Neto
Presidente Efetivo: Hugo Ramírez
Vice-Presidente: Guilherme Schultz Filho
Secretário Geral: Luiz Alberto Ibarra
Secretário de Atas: Maximiliano Botari
Diretor de Finanças: Jayme Caetano Braun
Diretor de Biblioteca, Arquivo e Museu: Cyro Gavião
Diretor de Edições e Publicidade: Lauro Rodrigues
Conselho Deliberativo: Olyntho Sanmartin; Peri de Castro, Niteroy Ribeiro e Suplente: Dorval Arregui
Conselho Fiscal: José Barros de Vasconcellos, Rui Cardoso Nunes, Vasco Mello Leiria e Suplente: Dimas Costa.
Nesta mesma data, por sugestão do Poeta Lauro Rodrigues, foi aprovado o emblema da entidade, representado pelo mapa do Rio Grande do Sul, contendo em seu interior uma cordeona de oito baixos, aberta em forma de leque, com as iniciais E.P.C. em destaque.
O 1º Rodeio de Poetas Crioulos da Estância da Poesia Crioula consagrou o Poeta Vargas Neto como Presidente de honra e este, após sua morte, tornou-se Patrono da entidade.
Já em 1981, no 24º Rodeio de Poetas Crioulos, realizado em Santa Maria, o nome do Poeta Ramiro Frota Barcellos foi elevado à condição de Patrono Intelectual da Estância da Poesia Crioula.
Em setembro de 1957, três meses após sua fundação, a Estância da Poesia Crioula perdeu o seu primeiro sócio fundador, o Poeta Dorval Arregui, natural de Uruguaiana e presença atuante no 1° Rodeio de Poetas Crioulos, participando da fundação da entidade e fazendo parte da Comissão de estudos dos temas encaminhados ao conclave.
Ao se realizar o 2° Rodeio, em junho de 1958, nesse evento foi decidido que a Estância realizaria uma Romaria da Saudade ao túmulo do Poeta Dorval Arregui. Ao longo de seus 65 anos de existência, a Romaria da Saudade passou a fazer parte relevante da programação dos rodeios da Estância da Poesia Crioula.
Inicialmente a Romaria era feita nos cemitérios de Porto Alegre, homenageando os Poetas falecidos, junto às suas sepulturas. Um membro da
comitiva evocava o companheiro ausente e poesias eram declamadas pelos demais. Posteriormente, por iniciativa da Diretoria junto à prefeitura de Porto Alegre, a EPC conseguiu um recanto no Parque da Harmonia, que foi cercado e ajardinado, onde construiu uma porteira, de tronqueiras firmes no chão e varas fortes. A esse espaço foi dado o nome de Sesmaria do Infinito, cuja porteira simboliza a divisa entre dois planos da trajetória humana.
A partir de então, a Romaria da Saudade passou a ser realizada junto à simbólica porteira, na Sesmaria do Infinito.
Em 1985 o Poeta Chico Gaudério solicitou a prefeitura de Porto Alegre doação de um monólito de extraordinário porte, que foi retirado de um dos morros que fazem moldura à cidade e chantada junto à porteira.
Essa pedra foi inaugurada em 20 de setembro de 1985, em solenidade que marcou os 150 anos da Revolução Farroupilha. Uma placa na pedra homenageia os poetas e os vaqueanos do nativismo já falecidos.
Por sugestão do Poeta José Machado Leal esse marco passou a ser chamado de Pedra da Memória e a porteira recebeu uma placa com o nome de Chico Gaudério.
Na presidência do Poeta Pery de Castro (1966/1970), que teve como Vice-presidente o Poeta Chico Gaudério, a Estância da Poesia Crioula adquiriu a sua sede própria. Os ilustres dirigentes, acompanhados do Poeta Hélio Moro Mariante, membro do Conselho Deliberativo da entidade, foram por duas vezes a Brasília, a expensas próprias e junto à bancada Gaúcha na Câmara dos Deputados pleitearam verba para aquisição de uma sede.
Com a proverbial fidalguia gaúcha e entusiasmo dos Deputados rio-grandenses, que abraçaram a causa, a verba foi conseguida e a sede foi comprada, estando situada na Rua Duque de Caxias, nº 1525, Conjunto 49 D, Andar Térreo, no centro histórico de Porto Alegre.
Em 1969, essa mesma diretoria determinou a publicação da 1ª Antologia da Estância da Poesia Crioula, que teve como Comissão Organizadora os Poetas: Nitheroy Ribeiro, Nilza Castro, Pedro Leite Villas Boas, Rui Cardoso Nunes e Guilherme Schultz Filho.
Depois dessa, outras nove Antologias foram organizadas e publicadas, por diferentes gestões, levando a público a paisagem física, humana e espiritual do Rio Grande do Sul com suas vivências gauchescas.
Em 1985, na Presidência do Poeta José Hilário Retamozo, a Estância da Poesia Crioula passou a dispor de um programa radiofônico, na emissora RBS/FEPLAN, sob a denominação de Cultura em Ação, cuja produção e apresentação contava com o Poeta Hugo Ramírez e as Poetisas Beatriz de Castro e Maria Pampim.
A Sede Própria da Estância da Poesia Crioula, que atualmente recebe o nome de Sede Pery de Castro, abriga em seu interior um vasto e valoroso acervo literário composto de obras poéticas, prosas, causos, contos, romances, história e folclore, que compõem a Biblioteca Beatriz de Castro, Poetisa que foi a mentora e organizadora deste espaço, além de participar da instituição desde a sua fundação, em 1957, por mais de quarenta anos participou ininterruptamente das diretorias da entidade, vindo a ser, até o momento, a única mulher a presidir a instituição, no período 2006/2008.
A sede social também comporta o Museu Hugo Ramírez, que conta com objetos históricos, que pertenceram a seus associados e foram doados em vida ou por familiares, enriquecendo o patrimônio cultural da entidade.
Em 10 de dezembro de 2010, no Galpão da OAB, em Porto Alegre, foi apresentada a Bandeira Oficial da entidade, desfraldada pelo Sócio Fundador Luiz Alberto Ibarra e pelo Presidente Cândido Brasil, com preleção da Poetisa Beatriz de Castro. A Bandeira consiste em uma peça retangular de cor branca que contém ao centro o emblema da entidade e sobre este o nome Estância da Poesia Crioula e em sua base a data de fundação: 29/06/1957.
Em 30 de junho de 2012, no 56º Rodeio de Poetas Crioulos, realizado no Galpão Negrinho do Pastoreio, do Palácio Piratini do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, foi lançada a Medalha Vargas Neto, a mais alta honraria da Estância da Poesia Crioula, cuja finalidade é homenagear os seus vates, pela trajetória poética cultural ao longo do tempo. Neste evento de lançamento foram homenageados os sócios fundadores e os ex-presidentes, presencialmente ou representados por familiares. Esta outorga é regida por regulamento próprio e é ofertada a valores da entidade reconhecidos por decisão de diretoria.
Em 05 de fevereiro de 2013, o Rodeio de Poetas Crioulos, realizado sempre no último final de semana do mês de junho de cada ano, passou a integrar o Calendário de Eventos de Porto Alegre, através da Lei 11.413, por proposição do Vereador Bernardino Vendrúscolo.
Neste mais de meio século de existência a E.P.C. tem cumprido com louvor seus princípios e objetivos, marcando presença em inúmeros eventos, através de representações e delegações, desde 1958, onde participou do 1º Congresso Internacional de Tradicionalismo, com delegações de gaúchos da Argentina, do Uruguai e do Brasil, cada nação vendo eleito um representante seu para o triunvirato de presidentes do conclave cultural. Ali coube ao Poeta Hugo Ramírez, Presidente da EPC ser eleito o presidente brasileiro no referido Congresso Tradicionalista.
Desde então passou a colaborar com palestrantes e jurados de certames literários e festivais de poesia e música nativista, desde os Rodeios da Vacaria até a Califórnia da Canção Nativa, entre outros.
Participou dos Congressos Tradicionalistas do MTG, colaborando através de palestras, teses e moções, e avaliando os concursos de poesias e contos do Enart – Encontro de Artes e Tradição Gaúcha.
Participa da Semana do Livro, promoção da Câmara Rio-Grandense do Livro, com atividades que colocam o livro e a leitura em destaque e vem participando, com sessões de autógrafos de suas antologias, das Feiras do Livro de Porto Alegre.
Mantém uma enriquecedora cooperação com a Academia Rio-Grandense de Letras no cultivo da memória de figuras exponenciais das letras gaúchas, pertencentes ao quadro social das duas sociedades culturais.
É colaboradora da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre no Projeto Prêmio Açorianos de Literatura e no Fumproarte.
Entre suas várias iniciativas culturais de relevância, organiza saraus, palestras e confraternizações entre seus confrades e entidades coirmãs como Academia Feminina de Letras, Instituto Cultural Português, União Brasileira de Trovadores, Casas do Poeta e Centros de Tradições Gaúchas. Tem publicados Anais de Congressos, Antologias em prosa e verso, com produções de seus associados. Realiza importantes Concursos Literários em nível nacional, de poesia, conto, causo, trova literária e pesquisa com temas regionalistas, com outorga de diplomas, medalhas e troféus.
Em 2007 promoveu a 1ª Feira e 6ª Mostra do Livro Regionalista, dentro das comemorações da Semana Farroupilha, no Acampamento farroupilha, no Parque da Harmonia, com apoio do IGTF, MTG e Fundação Cultural Gaúcha.
Em 2014 organizou a 1ª Expoesia Crioula – Exposição de poemas de 45 associados que foram retratados em telas de pintura, sob a curadoria da artista visual Dilva Camargo. Realizada na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Recepção do GBOEX, Acampamento Farroupilha de Porto Alegre e na cidade de São Francisco de Paula.
Em 2014 participou, na Argentina, e em 2015 em Santa Maria, das respectivas edições do Encontro de Escritores do Mercosul, Congresso Internacional de Educação Intercultural e Literatura; e do Encontro de Produtores Culturais do Mercosul, em convenções literárias com autores dos países da América do Sul, organizado pelo CILAM - Centro de Integração Latino-Americano em parceria com virtuosas agremiações coirmãs.
No ano de 2021 realizou de maneira virtual o festival poético 1ª Estância da Poesia Crioula, que teve espetacular aceitação, contando com a participação de poetas e intérpretes do Rio Grande do Sul e vários estados do país, sendo visualizado remotamente em várias partes do globo terrestre.
Seu ano cultural é marcado pela realização do seu já consagrado Sarau Feminino, no mês de março, com a participação de mulheres associadas e convidadas, que realizam admiráveis apresentações poéticas e musicais.
Por sua significativa atuação cultural, a entidade tem conquistado reconhecimento da sociedade gaúcha e brasileira, desde a sua fundação, através de moções, certificações e premiações recebidas de importantes instituições políticas na esfera municipal, estadual e federal, e valorosas entidades da seara literária nacional.
Nestes 65 anos de existência a Estância da Poesia Crioula teve em sua Presidência os Poetas: Hugo Ramires, Nitheroy Ribeiro, Jayme Caetano Braun, Guilherme Schultz Filho, Cyro Gavião, Mozart Pereira Soares, Pery de Castro, Hélio Moro Mariante, José Paim Brites, Zeno Cardoso Nunes, Vasco Mello Leiria, José Hilário Retamozo, Francisco Pereira Rodrigues, Dias Francisco Fiorenzano, Caio Flávio Prates da Silveira, Sérgio Laforet Padilha, Léo Ribeiro de Souza, Beatriz de Castro, José Machado Leal, Cândido Brasil, Wilson Tubino, Ubirajara Anchieta Rodrigues e Maxsoel Bastos de Freitas.
A Estância da Poesia Crioula registra em seu histórico, a realização de 63 congressos de escritores especializados, denominados Rodeios de Poetas Crioulos, desde junho de 1957.
As cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul, Santa Maria, São Borja, Santiago e São Lourenço do Sul já sediaram estes encontros, que ocorreram initerruptamente, desde a sua criação até o ano de 2019.
Nos anos de 2020 e 2021 a realização dos Rodeios foi impossibilitada devido a tragédia da pandemia que assolou a humanidade e por consequência nossas Pátrias Brasileira e Gaúcha.

 

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